domingo, 24 de maio de 2009

A guerra da salada de frutas


Nós vivemos numa época em que se tornou comum a exposição excessiva do corpo feminino, desde um simples comercial de chinelo até o último lançamento de um carro, da novela das 8 até a revista da moda. Estamos tão acostumados a vermos corpos desnudos e erotização na mídia que fenômenos como das “mulheres frutas” (melancia, jaca, morango, etc) tornaram-se banais e já não causam mais espanto e estranhamento nas pessoas.


Apesar disso, não podemos deixar de levar em consideração que estas mulheres (que apareceram em poses sexys, dançando sensualmente em vários programas e se tornaram alvo recente de olhares de uma boa parcela de homens sedentos dos seus fartos pedaços) ao serem transformadas em mulheres frutas, foram lhes atribuídos novos valores.


A construção de sentido valeu-se primeiramente do jogo de palavras, no caso, ocorreu uma apropriação do significado original (fruta: substância comestível, nutritiva) atribuído por comparação a outro termo (mulher: ser humano do sexo feminino), construindo um novo significado (mulher fruta: mulher gostosa, deliciosa). E depois, a valorização em demasia dos atributos físicos destas mulheres.


No entanto, esta enfatização não foi feita, com o intuito de sublimá-los, mas para descrever um movimento exatamente o contrário, o efeito de rebaixamento. A ênfase em seus “atributos” tem o objetivo de coisificá-las até elas perderem as suas identidades, tornando-as apenas pedaços de carne, ou melhor, de frutas.




Embora o desejo secreto de fazer uma verdadeira salada com estas frutas não esteja ao alcance da maioria dos homens, será que as mulheres devem continuar se sujeitando a este tipo de papel? Será que nós teremos de nos acostumar com a exposição gratuita destas e de outras frutas da quitanda na TV, revistas e outras mídias? E pior, será que teremos de nos acostumar com uma porção de homens bananas, abacaxis e limões que não fazem outra coisa a não ser olhar as frutas nos quintais alheios?


Dolly

domingo, 17 de maio de 2009

Homem Placebo


Alguns dias atrás, eu e algumas amigas, durante uma conversa, constatamos um tipo de homem cada vez mais comum no mercado: o Homem Placebo.

Mas o que seria um Homem Placebo?*

Esse é um tipo de homem a quem se atribui certas propriedades (como respeitar a mulher e se importar com os sentimentos dela) que ele não possui. Seria aquele que possui um discurso muito convincente, que promete uma série de coisas e não cumpre. É aquele que utiliza desculpas para justificar o seu comportamento ou, então, que desaparece por não ter a coragem de cumprir suas promessas.


Existem riscos para o uso indiscriminado dos Placebos, não se deixe enganar:

1. Quando você dispende seu tempo, sua vida e suas economias com um Homem Placebo e depende dele inteiramente para ser feliz.

2. Quando os efeitos colaterais, como ansiedade, irritação, insegurança e obsessão, tornam-se frequentes.

3. Na automedicação, quando você continua saindo com um Homem Placebo apesar das várias recomendações de amigos ou família.

Ao acreditar nos poderes milagrosos do Homem Placebo, a mulher obtém melhoras no humor, maior autoestima e confiança em si mesma, efeitos temporários até ela descobrir que foi enganada.

Dolly


*Definição encontrada no blog Pergunte ao Urso