sábado, 7 de agosto de 2010

Complexo de Patinho Feio


Quando era jovem, eu vi que a maioria das minhas colegas era diferente de mim na aparência, no modo de andar e de se movimentar. Eu admirava os seus corpos graciosos e belos e queria ser, um dia, como elas.
Um dia, notei que elas me olharam de um jeito diferente e riram de mim, caçoaram da minha aparência e comentaram, entre elas, que eu era uma ave cinzenta, feia e desajeitada. Ao ouvir tais palavras, corri e me afastei para bem longe.
Com medo de que fosse verdade, procurei uma confirmação de alguém que não pudesse mentir e, assim, olhei a minha imagem na água e para meu espanto, vi que a imagem refletida era realmente feia e desajeitada e com penas cinzentas.

Apenas por ser diferente, devemos ser consideradas desajeitadas e feias pelos outros?

Durante muito tempo, o olhar do outro garante quem somos. Quando esse olhar nos mostra apenas uma imagem negativa de nós mesmos, começamos a acreditar que somos apenas criaturas desengonçadas e sem graça.

Dessa forma, ao olharmos nossa imagem refletida na água, não nos reconhecemos e não conseguimos enxergar a delicadeza das nossas penas brancas, as grandes asas e a elegância do pescoço longo e sinuoso.
Depois de um tempo, encontraremos nossos semelhantes, cisnes como nós, e perceberemos que não estamos mais sozinhos.
Mas se não os encontrarmos, será que perceberemos a nossa beleza um dia?

Se tivéssemos maior autoconfiança e autoestima, deixaríamos que meros patos zombassem de nós?

Um abraço

Dolly

Um comentário:

Paloma disse...

Não é preciso ter medo de não encontrar nenhum cisne. O problema é que eles também não sabem o que são. Então, é preciso que juntos eles percebam isso!