segunda-feira, 27 de junho de 2011

Estratégias de acasalamento*



Já comentei aqui sobre a minha relutância a “baladas” e, apesar de todos os contras, acabei indo com duas amigas neste fim de semana. Foi bastante divertido e, como antropóloga amadora de botequim de esquina, pude notar comportamentos que me chamaram atenção na pista de dança.


Enquanto dançavam ao som ensurdecedor dos DJs, muitas pessoas analisavam os seus futuros parceiros. Para muitas delas, as baladas são grandes oportunidades de encontrar alguém para “acasalar” (segundo definição do wikcionário, reunir um macho e fêmea para a criação. Na minha definição seria uma coisa mais casual como um sexo sem compromisso).



Motivados por isso ou por doses de álcool no sangue, a pista virou uma verdadeira demonstração de cortejos. Alguns se assemelharam muito a estratégias utilizadas pelas aves no acasalamento:


a)       Troca de papeis


Algumas espécies de aves, como as Jaçanãs, costumam trocar os papeis na hora do cortejo, são as fêmeas que disputam pelos machos. Assim como as Jaçanãs, algumas mulheres defendem seu território com precisão (na pista de dança) e dançam de maneira sensual, extravagante ou desajeitada (dependendo da mulher) para chamar atenção de um homem. Como quase sempre há mais mulheres que homens no salão, o homem seleciona aquela que dançar melhor ou que for de seu agrado.



b)      Exibição de beleza


No cortejo às mulheres, muitos homens se assemelham ao pavão, visto que ficam exibindo-se com pompa, expondo a cauda aberta (e o corpo inteiro) para todas que passarem no local, na esperança de encontrar uma companheira para acasalar.



c)      Danças elaboradas

Como a Ave do Paraíso, o homem se aproxima da mulher escolhida para fazer sua demonstração de dança: saltitando, sacudindo o corpo e dançando ao redor dela. Depois ele fica parado para que ela possa analisá-lo. Se ela aceitar, abrirá espaço para ele e dançará ao seu lado. Se ela não gostar, irá ignorá-lo (seja virando as costas, olhando para o telão ou se esquivando ligeiramente dele) e continuará procurando em outras áreas do salão.



"Os sinais corretos e as manifestações que fazem a corte são essenciais para conseguir um acasalamento"**. No entanto, independente da estratégia utilizada, muitos conseguiram obter sucesso na empreitada e encontrar um(a) parceiro(a) para acasalar. A prova disso é que levamos várias cotoveladas e empurrões de casais mais afoitos na dança do pré-acasalamento.


Um abraço

Dolly



*Título e tema inspirados em  artigo publicado sobre o acasalamento de aves "Estratégias para acasalamento de aves" .  http://www.ninha.bio.br/biologia/acasalamento_aves.html

**Citação  de trecho  do texto  "Estratégias para acasalamento de aves".



















4 comentários:

Rebeca disse...

Faltou comentar o cortejo das pombas, que podemos relacionar às paqueras diárias que ocorrem no trabalho, faculdade, rua, etc.
O macho fica cercando a fêmea, rodando em torno dela com as penas eriçadas, estufando o peito e a fêmea continua o que está fazendo, como se ele não existisse.
Bjs

Paloma disse...

Kkkkkkk! Pode crer! E as aves tímidas estão fadadas à extinção? Buábuá...

Dolly disse...

Cara Rebeca,
você está corretíssima. O cortejo das pombas também se aplica ao caso,mas por falta de dados e amostras significativas,não pude considerá-los na minha pesquisa.Quem sabe na próxima.
Bjs

Dolly disse...

Cara Paloma,
sinto-lhe informar que em questão da sobrevivência só os mais aptos conseguirão se adaptar.
Independente de que espécie seja,é preciso correr atrás do prejuízo,pois as aves que não acasalam podem apresentar comportamentos agressivos e obsessivos como quebrar,destruir e arrancar as próprias penas.
Bjs