domingo, 14 de dezembro de 2008

A Liga da Justiça

Uma vez ou outra, todas nós acabamos idealizando a pessoa com quem desejamos compartilhar o resto de nossas vidas. Com essa idealização em mente, não damos atenção aos meros mortais que estão a nossa volta, buscamos apenas os super-heróis. Desejamos viver ao lado daqueles que lutam em nome do bem da humanidade e que empregam todos os seus poderes em causas mais nobres e urgentes.


E quando nos apaixonamos por alguém, procuramos ver somente a figura do herói nele, e se ele demonstra coragem, audácia e outras características que consideramos heróicas, começamos em pouco tempo a idolatrá-lo, a depender de suas vontades e a desejar viver só para ele.

Estar ao seu lado é realmente uma experiência única e maravilhosa, mas será que temos vocação para Louis Lane ou Mary Jane?

Afinal, quando mais precisamos, ele foge para

1. evitar revelar a sua verdadeira identidade, porque as mulheres adoram saber todos os detalhes sobre a vida, o passado e o futuro do seu super-herói.

2. atender aos apelos de outras mocinhas indefesas, pois há sempre uma mulher em perigo (em cada esquina, bar, restaurante, etc).

3. se reunir com os outros heróis da Liga da Justiça, porque depois de tanto trabalho eles precisam relaxar um pouco (ninguém é de ferro!).

4. salvar a humanidade, porque este é o seu trabalho e ele não pode deixar de cumpri-lo por nada neste mundo.

5. não demonstrar dúvida sobre a sua identidade secreta, é difícil para um super-herói admitir isso, mas alguns não estão bem certos sobre as suas.

Acabamos idealizando-o a tal ponto que ignoramos suas fraquezas, deixamos de lado os seus defeitos e, assim, cobramos e exigimos que ele cumpra o papel de super-herói o tempo todo.

Quando nos aproximamos do homem e não do super-herói, percebemos que ele também fica desprotegido e não se mostra por inteiro com medo de confiar e de se machucar. Sua desconfiança em tudo e todos o afasta das pessoas e faz com que se esconda, cada vez mais, atrás da máscara e da capa.

Será que um dia conseguiremos desvendar os seus mistérios? Será que um dia ele irá confiar o bastante para deixar-se revelar? Será que devido aos seus antigos e mal-sucedidos relacionamentos, ele não se envolverá emocionalmente com ninguém?Será que estar ao seu lado é o suficiente para sermos felizes? Afinal, quem poderá nos socorrer, quando ele não estiver por perto?


Dolly

2 comentários:

Anônimo disse...

O tema me remeteu aos estudos de Carl Jung e a Psicologia Analítica. É preciso identificarmos os "mascarados". Saber qual é o super-herói que mais nos chama a atenção e dissolver essa máscara pode ser um exercício interessante, talvez doloroso, mas necessário. Aquele herói forte e corajoso, pode nos revelar uma imagem onde alguém está fraco e oprimido; a heroína bela e guerreira pode refletir em alguma fragilidade ou em uma brava exposição, mas que no fundo é inadequada e constrangedora. Complexo, né? é melhor se cobrir com a super capa, fugir no super carro,aparecer e desaparecer em outro local, tecer uma teia aqui, ficar verde acolá e ser incrível!etc, etc, etc...

Anônimo disse...

Sinceramente,estou mais p/ Catwoman.hahaha
E onde estão esses heróis? Porque eu só encontro bandido na minha vida!