domingo, 10 de abril de 2011

A Caixa de Pandora


Por não resistir à curiosidade, Pandora* uma vez abrira uma caixa inadvertidamente e deixou escapar certos sentimentos malignos. Com pressa, tentou fechar a tampa, mas todo o conteúdo da caixa havia escapado, com a exceção de um que ficou no fundo, a esperança.
Ao arrumar o armário, encontrei uma pequena caixa que há tempos estava escondida na bagunça dos papeis e livros. Ao abri-la, encontro ali meu passado mal resolvido, questões pendentes e há tanto tempo esquecidas. Assim como Pandora, deixo escapar sentimentos adormecidos como o medo, o arrependimento, a culpa, a vergonha, a insegurança, a tristeza, a dor. A caixa está aberta.
Tudo ali eram provas do meu crime e diante de um tribunal invisível tento em vão justificar minhas ações.
Apesar de todos os males que nos assombram, conseguiremos seguir em frente?
Será que a esperança também não escapará da nossa caixa?

Um abraço
Dolly

*Referência à personagem  mitológica grega Pandora  – “O livro de Ouro da Mitologia: História de Deuses e Herois” – Thomas Bulfinch