sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Mergulho de cabeça


Outro dia, um amigo meu saiu com uma mulher pela primeira vez e, depois desse encontro, desapareceu do mapa.  Após a realização da Santa Inquisição (feita por mim e a favor da pobre mulher!), meu amigo explicou o porquê dessa atitude de extrema covardia:


Primeiro, eles estavam conversando numa boa e, como quem não quer nada, a mulher perguntou se ele sabia cozinhar, cuidar da casa e tals; diante da resposta afirmativa dele, ficou toda feliz.

Logo depois, não satisfeita, ela afirmou que pretendia ter mais filhos (já tinha uma filha); mas o susto dele foi maior quando a Dita Cuja disse para levá-la até sua casa, pois como eles estavam “começando um relacionamento”, ele precisava saber onde ela morava.
Isso tudo no primeiro encontro!!

Não é à toa que, ouvindo isso, meu amigo tenha saído correndo, como vampiro da água benta e estaca afiada! A ansiedade das mulheres (ou desespero em alguns casos!) em encontrar alguém bacana fica tão evidente que assusta a ala masculina. Afinal, é muita responsabilidade para qualquer um assumir logo de cara.

Boa parte dos homens, ao pressentir no ar desejos incontroláveis de relacionamento, foge sem dar a menor explicação, como o meu amigo fez.

Por que nós só nos sentimos felizes e realizadas quando estamos com alguém ao nosso lado? Por que temos tanto medo em ficar sozinhas?

Nós, mulheres, ficamos muito vulneráveis em relação aos nossos sentimentos. Mal conhecemos o cara e já estamos completamente apaixonadas, fazendo mil planos de namoro e casamento! E pior, esperamos que o recíproco aconteça! Que loucura!

Muitas vezes nos entregamos às relações amorosas de maneira impulsiva e irracional como se mergulhássemos de cabeça num rio. Por que não procuramos ver a profundeza do rio antes de mergulharmos? Será que assim não evitaríamos possíveis fraturas e lesões no nosso coração?

É preciso criar mecanismos de defesa, estratégias para não sermos tão facilmente magoadas pelos outros. Se não nos protegermos bem, qualquer um entrará nos nossos portões, invadirá nossos castelos e se aproveitará de nossas fraquezas.

Um abraço

Dolly






domingo, 7 de agosto de 2011

Delírios de Consumo


Carrie Bradshaw* é uma escritora nova-iorquina antenada nas últimas tendências da moda, que adora vestir roupas de grifes famosas e tem verdadeira obsessão por sapatos. Como muitas mulheres, Carrie está acostumada a satisfazer os seus desejos ou a descontar as frustrações do dia a dia comprando.

E no mundo real, por que sentimos essa necessidade tão grande em comprar?

É impressionante o poder de influência e persuasão que as mídias têm sobre nossas mentes. Elas criam novos interesses e novas necessidades em nós que se quer teríamos imaginado. Como um verdadeiro parque de diversões, oferecem um mundo idealizado e perfeito através de uma série de anúncio de produtos. E assim, como Carrie, não conseguimos resistir a uma vitrine de um shopping, a um cartaz escrito PROMOÇÃO ou à luz incandescente dos provadores de lojas de departamentos.  

Ao comprar algo não estamos consumindo apenas um produto, mas um estilo de vida. Talvez, por esse motivo, sacamos da bolsa o cartão de crédito com grande satisfação e acreditamos (na nossa ilusão) que ficaremos parecidas com a Sarah Jessica Parker ou a Gisele Bünchen.

Existe uma felicidade maior (e, às vezes, tão cara) do que sair de uma loja com várias sacolinhas de papelão? Ainda que seja por ter comprado uma peça que nunca vamos usar na vida? Claro que não!

Sentimento de culpa por ter gastado tanto? Remorso por não ter levado aquela blusinha L-I-N-D-A?   

Não adianta nos recriminarmos por tão pouco, todas nós sabemos que esses sentimentos não levam a nenhum lugar (talvez ao psiquiatra). O melhor é pecar pelo excesso. Afinal, não queremos cumprir algumas penitências como memorizar o mês inteiro todas as promoções daquela loja para só comprar no último dia ou rezar para o São Longuinho para o dia do pagamento chegar mais rapidinho.

Um abraço

Dolly

*Referência à personagem Carrie Bradshaw do famoso seriado Sex and the City da HBO.