Por não resistir à curiosidade,
Pandora* uma vez abrira uma caixa inadvertidamente e deixou escapar certos
sentimentos malignos. Com pressa, tentou fechar a tampa, mas todo o conteúdo da
caixa havia escapado, com a exceção de um que ficou no fundo, a esperança.
Ao arrumar o armário, encontrei
uma pequena caixa que há tempos estava escondida na bagunça dos papeis e
livros. Ao abri-la, encontro ali meu passado mal resolvido, questões pendentes
e há tanto tempo esquecidas. Assim como Pandora, deixo escapar sentimentos
adormecidos como o medo, o arrependimento, a culpa, a vergonha, a insegurança, a
tristeza, a dor. A caixa está aberta.
Tudo ali eram provas do meu
crime e diante de um tribunal invisível tento em vão justificar minhas ações.
Apesar
de todos os males que nos assombram, conseguiremos seguir em frente?
Será
que a esperança também não escapará da nossa caixa?
Um abraço
Dolly
*Referência à personagem mitológica grega Pandora – “O livro de Ouro da Mitologia: História de
Deuses e Herois” – Thomas Bulfinch
Nenhum comentário:
Postar um comentário